Workshop tira dúvidas do setor de agronegócio

3 de novembro de 2010 - 11:32

Um workshop para esclarecer as competências legais das instituições que trabalham na fiscalização e monitoramento do uso de agrotóxicos nos setores de fruticultura e floricultura foi realizado na última sexta-feira, 29 de outubro, em Fortaleza, na sede da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), uma das organizadoras. O evento contou ainda com a colaboração da Agência de Defesa Agropecuária do Estado do Ceará (Adagri) e do Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia (Crea).

Para dizimar as dúvidas da classe empresarial dos respectivos segmentos, os técnicos das entidades envolvidas fizeram apresentações sobre suas especificidades e os problemas ocasionados pelo uso inadequado de agrotóxicos. Flávio Rêgo, engenheiro agrônomo da Semace, falou que durante as fiscalizações vários pontos são examinados, como, por exemplo, o registro das firmas que comercializam esses produtos e daquelas que fazem o uso, seja na produção agrícola ou na prestação de serviços fitossanitários.

Além disso, o técnico da Semace falou da estocagem correta do produto. Ele deu dicas da forma adequada para armazenar, deixando sempre em prateleiras isoladas de outros materiais, com os líquidos embaixo dos que são em pó e os mais tóxicos nas partes inferiores.

O também engenheiro agrônomo, Nivardo Silva, que esteve representando a Adagri, fez uma explanação sobre a ação da agência. Silva informou que o órgão fiscaliza o uso do produto nas propriedades, a aplicação correta com a utilização dos equipamentos de proteção individual, a veracidade das informações contidas na receita agronômica e das notas fiscais, bem como se o produto é o adequado para aquela cultura.

Na oportunidade, o agente de fiscalização do Crea, Wlauber Barbosa, informou que a função do conselho é fiscalizar se há ou não a presença dos profissionais indicados para trabalharem na área e se a função está sendo desempenhada corretamente. Após as apresentações, foi aberto um debate, no qual a classe empresarial pôde dar o seu ponto de vista, avaliando a ocasião como salutar para o setor e desejando que este seja apenas o primeiro de muitos encontros que virão.

Segundo João Teixeira, empresário do ramo da fruticultura, foi uma excelente ideia a realização do workshop. “A gente fica muito feliz em terminar o ano com um encontro desse. Não é só punir. Tem que capacitar e informar os usuários. Eu nunca tinha visto uma ação desta antes”, concluiu Teixeira.

Além das instituições envolvidas na organização do evento, participaram ainda representantes da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Ceará (Faec); das câmaras setoriais de Floricultura e Fruticultura; do Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento; e da Secretaria da Saúde do Estado do Ceará (Sesa).

Malefícios à saúde

Durante boa parte do workshop ouviu-se falar nos malefícios gerados pelo contato externo com os agrotóxicos, que vão desde pequenas micoses e irritações até o aparecimento de câncer e queimaduras graves.

Mas, a apresentação do Programa de Análise de Resíduos de Agrotóxicos em Alimentos (Para) do grupo da Vigilância Sanitária da Sesa, retratou o grau preocupante ao qual a população se encontra por estar consumindo esses produtos acima do limite permitido por cada cultura.

De acordo com o grupo responsável pelo Para, as análises feitas comprovam que estão sendo usados produtos não autorizados e que os agrotóxicos realmente chegaram às nossas mesas. Segundo dados do programa, o grande vilão no Ceará é o pimentão.

Fhilipe Augusto
Assessoria de Comunicação
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