Recursos hídricos de Arneiroz são documentados pelo projeto “Água pra que te quero!”

20 de outubro de 2009 - 10:00

Dando continuidade aos seus trabalhos, o projeto “Água pra que te quero!” foi até Arneiroz, no Sertão dos Inhanmuns, no período de 17 a 20 de outubro, com o objetivo de fazer uma documentação fotográfica da água e sua relação com a população local, num contraponto entre práticas positivas e negativas do uso da água no cotidiano urbano e rural. O município foi o primeiro a ser visitado na bacia hidrográfica do Alto Jaguaribe.

Na bacia do Banabuiú, a primeira a ser documentada, Quixadá, Banabuiú, Boa Viagem e Monsenhor Tabosa foram os municípios contemplados. Segundo a produtora do “Água pra que te quero!”, Cris do Vale, “as famílias, comunidades e população em geral reconhecem a importância da água, contudo, poucos têm consciência sobre ações consideradas como desperdício. Eles se mostraram sensíveis à questão da água, mesmo sem saber exatamente o que pode ser feito. Demonstraram interesse em colaborar com o uso racional na comunidade, desde que sejam orientados”, disse.

Em Arneiroz, Cris pôde constatar a mesmas práticas negativas da primeira bacia, a exemplo do desperdício da água, lixo, desmatamento e queimadas da mata ciliar para o roçado e retirada de areia dos recursos hídricos para construção civil, bem como a ação positiva de utilizar a técnica de cultivo com uso racional da água. Mas a produtora ressaltou um agravante. “O que me chamou a atenção aqui foi a população não encarar o desperdício como tal, talvez pelo fato do município possuir o maior reservatório de água da região, o açude Arneiroz 2. Acho que falta uma política pública de conscientização mais eficiente”, concluiu.

É pensando nessa conscientização que uma equipe de educadores ambientais da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) acompanha o projeto em suas viagens. Na oportunidade, sempre é realizado uma ação cultural com a comunidade, na qual a equipe da Semace ministra palestras e distribui materiais educativos que abordam a melhor forma de preservar os recursos hídricos e o meio ambiente como um todo. O “Água pra que te quero!” faz , também, exposição fotográfica em varal e caminhada fotográfica.

Evaneida Peixoto, educadora ambiental da Semace, falou ao público presente no Salão Paroquial de Arneiroz, sobre a importância de agir sempre com consciência no tocante à preservação ambiental, com atitudes diárias que contribuem para a conservação da natureza. Evaneida deu dicas de como evitar o desperdício de água, além de explicar a melhor maneira de jogar o lixo e os malefícios causados por queimadas, desmatamentos e outras ações corriqueiras.

A professora municipal, Antônia Dias, que visitou a exposição fotográfica em varal e assistiu à palestra, comentou a relevância de trabalhos como esse e disse como ajuda na conscientização de seus alunos. “Eu alerto para a importância desse bem (água). Sempre comemoramos o dia da água na escola levando os alunos para algum açude ou rio, buscando conscientizá-los. Em casa sempre evito o desperdício”, comentou.

A próxima parada do projeto será em Tauá, no período de 23 a 27 de outubro. No mês de novembro, será a vez de Salitre e Orós, encerrando a bacia do Alto Jaguaribe. Em seguida, já em dezembro, a bacia documentada vai ser a do Salgado, nos municípios de Juazeiro do Norte, Barbalha, Crato e Brejo Santo. Toda essa documentação resultará na produção de um livro, que trará, além das fotos, alguns textos com uma linguagem bem popular e dados estatísticos, revela Nívia Uchôa, idealizadora e fotógrafa do projeto, que disse ter como objetivo mostrar através das fotos a importância de preservar.

O Água Pra Que Te Quero! é uma realização da Poesia da Luz, com a consultoria da AnimaCult, apoio da Expresso Guanabara, apoio cultural do Governo do Estado do Ceará, através da Secretaria Estadual da Cultura, pela lei nº. 13.811 de 16 de agosto de 2006 (do edital Mecenas), apoio institucional da Semace e agradecimento à Companhia Energética do Ceará (Coelce).

Fhilipe Augusto
Assessoria de Comunicação – Semace