Soltura: após tratamento e reabilitação no RN, Albatroz-de-nariz-amarelo resgatado pela Semace em Trairi volta ao seu habitat natural

5 de julho de 2021 - 14:12

 

O albatroz-de-nariz-amarelo encontrado no dia 12 de junho por pescadores na praia de Mundaú, município de Trairi, está de volta ao seu habitat natural. O animal, que se apresentava apático e com dificuldades de voar, foi mantido em residência de uma colaboradora da localidade até ser resgatado pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace). A ave, que recebeu tratamento e reabilitação pela equipe do Centro de Reabilitação de Fauna Marinha do Projeto Cetáceos da Costa Branca – Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (PCCB-UERN), foi solta na sexta-feira (02), na Praia de Upanema, município de Areia Branca (RN).

O animal foi encaminhado pela Semace para o PCCB-UERN, localizado em Areia Branca, no Rio Grande do Norte, onde foi submetido a tratamento veterinário especializado e ser devolvido à natureza. Assim que a ave marinha deu entrada ao Centro de Reabilitação (PCCB-UERN) foi iniciada uma detalhada e minuciosa avaliação física e investigação clínica do animal, a fim de determinar as causas que motivaram a debilidade de saúde e limitação do voo.

Após exame foi verificado que o albatroz-de-nariz-amarelo tinha todas as penas de uma das asas cortadas, propositalmente, responsável pela incapacidade de voo e vulnerabilidade clínica. A espécie em questão tem total dependência das penas, seja para auxiliar na termorregulação ou para desenvolver seus comportamentos instintivos com excelência. O albatroz-denariz-amarelo é capaz de mergulhar até um metro de profundidade para obter seus alimentos (lulas, peixes e alguns crustáceos), que também podem ser capturados através de voos rente à superfície no mar.

Entretanto, para isso, é essencial a integridade total de suas penas, além de satisfatória condição clínica e física. Por essa razão, além de todo protocolo terapêutico veterinário instituído, a equipe técnica do Projeto Cetáceos da Costa Branca teve cuidados e preocupação em restabelecer a condição das penas do animal. Foi necessário a realização do procedimento conhecido como (feather imping) ou implante de penas, técnica muito pouco difundida no Brasil e raramente relatadas em aves marinhas.

Para ser possível a execução da atividade, diversos gansos domésticos foram selecionados e utilizados como doadores de penas, sendo as penas escolhidas uma a uma para que todos os requisitos desejados e necessários fossem criteriosamente cumpridos, quanto à forma e tamanho, por exemplo. Após a implantação das penas, recondicionamento físico e restabelecimento clínico, o albatroz-de-nariz-amarelo pode ser devolvido e solto à natureza

Segundo o médico veterinário Augusto Bôaviagem, coordenador do centro de reabilitação, “todos os esforços para garantir a reabilitação e posterior soltura de animais marinhos à natureza são necessários, principalmente quando a espécie se encontra como vulnerável à extinção”, informou.

Ascom Semace

* Com informações e fotos: Projeto Cetáceos da Costa Branca (PCCB/UERN)