Área de Proteção Ambiental da Praia de Ponta Grossa

9 de dezembro de 2010 - 09:22

APRESENTAÇÃO

Criada em 1998 pela Lei No. 262/98 e administrada pelo município de Icapuí, a ÁREA DE PROTEÇÃO AMBIENTAL (APA) DE PONTA GROSSA tem o objetivo de regulamentar a ocupação e exploração da região, aliando preservação e desenvolvimento. Situa-se a leste de Quixaba, cerca de 30 km pela praia. A APA é dividida em duas zonas. A primeira, chamada de preservação ambiental por merecer proteções especiais, inclui as praias, planície de maré, lagoa costeira, mangues e dunas. A segunda zona, de conservação ambiental, abrange as matas no alto da falésia de Retiro Grande a Ponta Grossa, área que abriga uma grande quantidade de cajueiros.

O local, de paisagens selvagens com falésias e belas formações rochosas com as mais variadas cores ( do amarelo, passando pelo laranja, vermelho, ocre e até mesmo incríveis tons de vinho), é marcado por uma enorme ponta de pedra em barro vermelho que entra mar adentro. Na maré baixa, expõe uma fonte de água doce na praia que os nativos chamam de olheiro.

A maioria da pequena população da vila (cerca de 200 pessoas ) pertence à mesma família, de sobrenome Crispim, e carrega nos cabelos loiros e olhos azuis as marcas de sua descendência holandesa. Segundo historiadores, foi lá que o Brasil foi encontrado, em fevereiro de 1500, pelo navegante holandês Vicente Yáñez Pinzon, que ficou maravilhado ao ver tanta beleza.

Ponta Grossa mantém ainda a natureza e ritmo de vida inalterados pela civilização. Parte do município de Icapuí e da APA de Ponta Grossa possui o maior conjunto de falésias da América do Sul. Ponta Grossa permanece uma praia quase de estado nativo, é isolada e não oferece nenhuma infra-estrutura turística. É lá que se come a lagosta mais saborosa da região e os melhores e maiores camarões e peixes. Não deixe de comer o “camarão no bafo”. Há uma única pousada no local e duas barracas de praia: a Pantanal e a do Seu Chico – da família Crispim, praticamente a única da comunidade.

A queda na pesca de lagosta tem levado a comunidade a criar soluções de produção, como a implementação de viveiros no mar. Enquanto isso, o turismo vai se firmando como fonte de renda, com surgimento de pequenas pousadas e restaurantes.

AS AMEAÇAS SÃO:

Degradação da fisionomia vegetal com desmatamento de grandes áreas e fragmentação.

Redução dos Manguezais com instalação de salinas e cultivo de camarão.

Expansão da urbanização, desmatamento, grilagem e apropriação de terras da União destruindo falésias e dunas.

Caça Predatória que coloca em risco de extinção várias espécies da fauna local.

Exaustão de recursos marinhos provocados pela pesca predatória da lagosta e outras espécies, como o peixe boi.

Especulação Imobiliária e pressão das atividades turísticas desordenadas que colocam em risco seu patrimônio natural.

Impacto da Carcinicultura sobre o ecossistema do manguezal comprometendo a cadeia reprodutiva, etc.

A Instrução Normativa que regula a APA proíbe:

Qualquer tipo de edificação (na zona I)

Retirada de material ou sedimento,

Indústrias e veículos motorizados (zona I)

Camping (zona I)

Agrotóxicos

Captura de animais

Infra-estrutura turística (zona I)

Lixo

Corte de árvores

Para a região já ocupada pela comunidade de Ponta Grossa, a lei determina que os terrenos tenham até 500m2, e sua área ocupada não passe de 50% da terra. As construções não podem ultrapassar 5 metros de altura e devem ter fossa séptica. Fica proibida ainda a construção de novas pousadas e hotéis.

COMITÊ GESTOR DA APA DE PONTA GROSSA

O Comitê Gestor da APA é formado por moradores, representantes de organizações não-governamentais e de representantes do Governo. O comitê tem por finalidade formar uma nova mentalidade em relação ao ambiente permitindo maior conscientização preservacionista. O Ibama e a Aquasis são os parceiros da iniciativa . As organizações não-governamentais de Ponta Grossa são as Associações de Turismo, dos Moradores, Pesqueira, a Igreja (80% dos moradores são evangélicos) e o núcleo da Aquasis. O Comitê Gestor é um fato importante para a elaboração do plano de manejo da Área de Proteção Ambiental de Ponta Grossa.

HISTÓRIA

Dizem os historiadores que foi lá que o navegador espanhol Vicente Pinzón desembarcou no Brasil, antes de Cabral. Como não se tratava de uma viagem oficial, a visita não foi aceita como um descobrimento. Fala-se que Pinzón, dois meses antes de Cabral chegar a Porto Seguro, na Bahia, teria batizado o lugar de Cabo de Santa Maria de la Consolasción.

As areias da região têm revelado algumas surpresas históricas. Moedas falsas do Império e peças de cerâmica holandesa estão entre as descobertas do pescador Josué, um ‘arqueólogo’ interessado na história de sua região.

A praia também teve colonização holandesa, o que é fácil perceber pela pele branca e cabelos claros dos moradores da vila. A comunidade é bem fechada, formada por evangélicos, sendo bastante comum o casamento entre primos.

ÁREA, LOCALIZAÇÃO E ACESSO À RESERVA

Abrange uma área de 558,67 hectares situada no litoral Nordeste do Município de Icapuí. O acesso, saindo de Fortaleza, se dá através da CE 040 litorânea até Aracati ou através da BR 116, seguindo a BR 304 na direção de Mossoró e depois pegando a CE 261 na direção de Icapuí. Siga por mais 8 km e entre a esquerda para Redonda que você chega em Ponta Grossa. Fortaleza fica a 195 km de Icapuí.

ECOSSISTEMA

Costeiro – complexo vegetacional litorâneo

ATRATIVOS NATURAIS e OPÇÕES DE LAZER

Retiro Grande – Praia calma com pedras dentro do mar. Falésias coloridas em alguns pontos cobertas por vegetação rasteira. Existe uma pequena comunidade na parte alta das falésias.

Praia da Redonda – Toda a orla é circundada por falésia coberta de vegetação rasteira predominantemente coqueiros na parte baixa da mesma. Na comunidade de 600 famílias organizadas existem 150 botes que pescam lagosta e peixe. A própria comunidade é quem fiscaliza o litoral com um barco comprado por todos os moradores. No artesanato local as mulheres trabalham com labirinto. Almir e o Noé trabalham com peças de madeira utilizando a raiz da hortênsia e o tronco de emburana fabricando barquinhos. Existe na comunidade um grupo de teatro de rua que se chama Flor do Sol formado por nativos que se apresentam na praia e em outras praças, trabalhando com temas sobre: Pesca, Turismo, Religião e Meio Ambiente.

Praia da Peroba – Praia de ondas fracas com pedras dentro do mar; ao fundo falésias coloridas com coqueiros. Núcleo pequeno de pescadores. Imperdível apreciar a encantadora paisagem, sua gente simples.

Praia de Picos – Pequena comunidade de 10 famílias. Praia de ondas fracas com pedras dentro do mar e ao fundo falésias coloridas com formatos peculiares tais como a pedra do chapéu e outras. Possui área para mergulho.

Praia de Barreiras – O coqueiral é o ponto de destaque da paisagem. Praia de ondas fracas. É maravilhoso apreciar a vista entre Barreiras de baixo e Barreiras de cima, como chamam os nativos, e tomar um gostoso banho. Em Barreiras há o famoso forró da praia, nas noites de sábado. Tem, também, várias barracas e bares onde se pode comer as delícias do mar, variedade de peixes, camarão e lagosta.

Praia Barrinha de Mutamba – Núcleo de pescadores, cercada por coqueiros. Praia de areia de cor escura e ondas fracas. Comunidade que sobrevive das vendas de algas marinhas e da pesca do peixe.

Requenguela – Região simples com núcleo de pescadores próximo à Barra Grande, ancoradouro da cidade. Área de mangue e salinas. Ao cair da tarde o branco das pirâmides de sal com o laranja do sol é um verdadeiro espetáculo de cores.

Icapuí – Visitar a parte alta do município, mirante que revela a beleza da cidade, apreciar a arquitetura natural de Icapuí, suas casas alpendradas, construídas no início do século passado, suas casas de farinha, o saudoso alambique da família Borges, são lembranças da época em que a riqueza vinha dos engenhos de cana. Foi a primeira cidade da América Latina a receber o prêmio CRIANÇA – PAZ E EDUCAÇÃO do Unicef.

Praia de Quitérias – Praia com coqueiros e dunas baixas e com núcleos de pescadores. Existe formação de pedras no mar do tipo oca que serviu para antigas construções. Comunidade simples onde o mar, cada vez mais, insiste em se aproximar da pequena vila de pescadores.

Ibicuitaba – Distrito de Icapuí, antiga Areias. Visitar a Igreja Nossa Senhora do Rosário, onde existe um acervo de documentos antigos e peças do início do século.

Tremembé – Praia de águas calmas, coqueirais, que se enfileiram ao longo da costa. Comunidade pacata que sobrevive da pesca do peixe e da lagosta e das mulheres rendeiras.

Arrombado ou Cuipiranga – Paisagem de inúmeros coqueiros e sangradouro da lagoa que percorre um vale de densa vegetação diferenciada e de extrema beleza. Balneário natural. No local existem barracas, onde é servido delicioso peixe e o prato tradicional da região: galinha caipira com pirão.

Manibú – Praia rústica com dunas e coqueiros, de banho fácil devido ao mar calmo.

Barrinha de Manibú – Praia caracterizada pela presença de casas de veraneio com infra-estrutura garantida pela administração municipal; apoio de 32 barracas. Em toda a sua orla, a cultura é identificada com toda a sua riqueza. Icapuí oferece ao turista o seu modo natural de ser. É aqui que o turismo é responsável.

ATRATIVOS CULTURAIS

Arqueologia nas dunas – Existe um pequeno acervo de peças encontradas nas dunas e falésias pelo Sr. Josué Crispim, um nativo – peças provenientes das antigas expedições dos holandeses. Sem querer, o pescador Josué, então com 18 anos, encontrou nas dunas de Ponta Grossa algumas pedras esculpidas. Achou os objetos curiosos, e decidiu guarda-los. Aos poucos foram ‘aparecendo’ peças de cerâmica da Holanda, pequenos machados e cerâmica indígenas, moedas (falsas) do Império brasileiro e até um relógio da antiga União Soviética, que formam um curioso e ainda enigmático acervo sobre a história do lugar. Além das peças, ele coleciona alguns documentos e livros sobre a história do Ceará, fósseis de animais da região e cascos de tartaruga, como a Aguanam ou ‘tartaruga cabeçuda’. Após divulgação de suas descobertas pela imprensa, Josué suspendeu suas escavações após ter recebido uma carta do Iphan, comunicando que ele estava legalmente proibido de continuar escavando a duna, pois o terreno pertence à União e o trabalho deve ser feito por arqueólogos profissionais.

ARTESANATO

Na comunidade as mulheres trabalham com o labirinto, renda e bordados. Existe um artesão de apelido Capitão que trabalha em peças de madeira, transformando-as em animais marinhos (tubarões, golfinhos e arraias). Lojas de artesanato e souvenirs, feiras e mercados.

TELEFONES ÚTEIS

Secretaria de Turismo e Esportes – fone: (88) 3432.1200 – ramal 222 – (88) 3432-1221