Meio Ambiente: Governo do Ceará lança Inventário Florestal e Mapeamento do Zoneamento Costeiro

9 de dezembro de 2016 - 16:04

Sex, 9 de dezembro de 2016, às 16h00

O conteúdo traz levantamento realizado em 377 amostras diferentes de áreas de caatinga e serras, e em mais 80 locais dentro dos perímetros das Unidades de Conservação do Estado
 

SONY DSCEm solenidade presidida pelo governador Camilo Santana, no Palácio da Abolição, o Inventário Florestal Nacional do Ceará (IFN-CE) foi lançado nesta sexta-feira (9). A pesquisa – entregue pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace) – é a primeira do gênero realizada no Ceará em 20 anos. O conteúdo traz levantamento realizado em 377 amostras diferentes de áreas de caatinga e serras, e em mais 80 locais dentro dos perímetros das Unidades de Conservação do Estado. Durante o evento também foi apresentado o projeto de Mapeamento do Zoneamento Ecológico e Econômico do Ceará (ZEE) da Zona Costeira e Unidades de Conservação Costeiras do Estado. O estudo tem como objetivo, dentro de parâmetros científicos e recursos técnicos atualizados, disponibilizar informações sobre os recursos naturais localizados ao longo da costa cearense.

161209 INVENTARIO AMBIENTAL CG60481SONY DSCEm pronunciamento antes da apresentação dos trabalhos, o governador Camilo Santana destacou a relevância histórica destes estudos para uma melhor gestão dos recursos naturais e o avanço nas políticas públicas voltadas ao meio ambiente. "Quero parabenizar a Semace pela iniciativa de abrir as informações ambientais do nosso Estado ao Ministério Público. Será fundamental para a transparência nas ações públicas. Esses dois instrumentos vão ser ferramentas importantes que vão dar mais segurança na própria Superintendência no momento de licenciar ou autorizar determinados empreendimentos ou usos do espaço da zona costeira de ponta a ponta, desde Chaval até Icapuí. Nós somos privilegiados com essas belezas naturais e com grande vocação para o turismo. Precisamos olhar com muito cuidado para esse patrimônio", disse.

SONY DSCCamilo Santana ressaltou, ainda, o destaque nacional do Estado do Ceará na busca por leis mais efetivas sobre o Meio Ambiente. "O Estado do Ceará tem sido pioneiro. Foi o primeiro que iniciou a sua legislação ambiental no país. Isso é uma grande demonstração da importância que as políticas públicas têm dado para o cearense e para o Estado".

Os dois documentos foram resultado do investimento de mais de R$ 6 milhões. Segundo a Secretaria do Meio Ambiente e Sustentabilidade (Sema), os dados apurados pelos pesquisadores serão ferramentas importantes na condução de políticas públicas de meio ambiente e nortearão a tomada de decisões de investidores interessados no desenvolvimento sustentável. "Nós saberemos agora quais ambientes foram degradados no Estado e onde é que temos que fazer florestamento e reflorestamento para recuperar a cobertura vegetal", expôs o titular da pasta, Artur Bruno.

No evento de lançamento das pesquisas, foram detalhados os avanços técnicos para que todos os dados pudessem ser divulgados com precisão científica. A Superintendência Estadual do Meio Ambiente apresentou a representantes dos governos, do mercado e da sociedade como utilizar os dados dos levantamentos em suas tomadas de decisão. Participaram deste momento os 35 representantes do Estado, das universidades e da sociedade com assento no Conselho Estadual do Meio Ambiente. As informações das duas pesquisas estão disponíveis para consulta no site da Semace: www.semace.ce.gov.br.

Superintendente da Semace, o engenheiro florestal José Ricardo Araújo Lima enfatizou que o trabalho científico produzido representa marco histórico para o Estado do Ceará, envolvendo a evolução de estudos, pesquisas de campo e também trabalhos práticos desenvolvidos pela Universidade Federal do Ceará.

"Nós abraçamos esse estudo do Inventário Florestal, pois é algo de extrema importância e há mais de 20 anos não era feito. Antes a pesquisa era mais focada na biomassa ambiental, ou seja, a parte mais de lenha, etc. Hoje se visa à identificação melhor das espécies, a coleta de amostra dos solos, entrevistas com moradores que vivem próximos à região florestal. Com isso chegamos a informações riquíssimas. Esse trabalho servirá como política pública de conservação e dará ao Ceará a possibilidade de desenvolver novos estudos", apontou o engenheiro.

Também presente no encontro, a secretária Municipal de Urbanismo e Meio Ambiente de Fortaleza, Águeda Muniz, exaltou a qualidade e empenho das abordagens dadas pela equipe do Governo do Ceará. "Isso tudo aqui nos mostra com detalhes ricos a importância que é nós cuidarmos e utilizarmos de forma consciente os recursos do meio ambiente. Esse investimento trará muitos benefícios à Fortaleza e a todo o Estado".

Link para acesso ao Inventário Florestal: https://www.semace.ce.gov.br/institucional/servicos-institucional/inventario-florestal-nacional-ifn/

Link para acesso ao ZEE: https://www.semace.ce.gov.br/institucional/servicos-institucional/zoneamento-ecologico-economico-zee/

Sobre os documentos

Inventário Florestal
 

A pesquisa dos dados biofísicos e socioambientais seguiu, pela primeira vez, um único padrão adotado pelo Serviço Florestal Brasileiro (SFB) para todos os estados, e está em consonância com os parâmetros praticados mundialmente. Nos questionários aplicados junto à população residente, três a cada quatro entrevistados informaram utilizar a floresta de alguma maneira. Os dados atualizados e seguros sobre a quantidade e a qualidade das nossas florestas servirão para elaborar, executar e avaliar políticas públicas mais eficientes e eficazes.
Números

O Inventário Florestal mostra que o Ceará tem 57% do seu território coberto por floresta, o que equivale a 8,5 milhões de hectares. A Caatinga, bioma característico da região Nordeste, representa 88% dessa cobertura vegetal.

O levantamento também identificou áreas de cerrado, floresta ombrófila, estacional e pioneiras. A Serra da Meruoca apresentou maior área com cobertura florestal, com 87% de sua extensão, enquanto Pacajus ficou com a menor cobertura, apenas 15%.

O estudo identificou ainda 776 espécies vegetais e 346 espécies de árvores. A espécie arbórea mais encontrada foi o marmeleiro. A mais abundante em áreas fora das florestas foi a carnaúba, o vegetal símbolo do Ceará que consta inclusive do Brasão do Estado.

Investimento

O investimento neste estudo foi de R$ 3.500,777,26, com origem em quatro fontes:

– Serviço Florestal Brasileiro: R$ 1.050.000.00
– Compensação Ambiental (Fonte 16): R$ 1.400.443,93
– Governo do Ceará (Fonte 00): R$ 917.000.00
– Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Fonte 70): R$ 133.333,33

 

Zoneamento Ecológico e Econômico

O Projeto de Reestruturação do Mapeamento do Zoneamento Ecológico e Econômico da Zona Costeira e Unidades de Conservação Costeiras tem o objetivo de descrever a caracterização ambiental integrada da Zona Costeira do Ceará, utilizando a escala 1:10.000, a partir da utilização de geotecnologias e da obtenção dos resultados disponibilizados em um sistema de informações geográficas. Com as novas informações, o Governo do Ceará terá mais elementos para atrair investimentos que promovam o crescimento econômico e o desenvolvimento sustentável.

Os produtos do estudo também ajudarão no planejamento territorial e no estabelecimento de diretrizes para o zoneamento da faixa costeira do Estado. O estudo dará precisão no posicionamento cartográfico das unidades mapeadas, facilitando suporte técnico à Semace, na execução de suas atividades de planejamento, fiscalização, licenciamento e monitoramento ambiental.

Avanço

No âmbito do projeto, foram adquiridas novas imagens, por meio de aerolevantamento realizado em 2014. A obtenção dos dados utilizou tecnologia de ponta baseada em imagens obtidas por processo a laser, com câmeras de imageamento, e sensores que detectam com grande exatidão a superfície do terreno. A partir do Mapeamento ZEE, o Estado e o mercado passarão a ter dados atualizados e confiáveis para tomar suas decisões, respectivamente, em relação a políticas públicas ou a investimentos.

O ZEE representa um avanço metodológico com a adoção de novas tecnologias. O mais recente levantamento tem mais de 10 anos, quando o litoral ainda não contava com empreendimentos de alto impacto ambiental. Entre 2004 e 2006 a Semace, em parceria com a Fundação Cearense de Pesquisa e Cultura (FCPC) e o Instituto de Ciências do Mar (Labomar), elaborou o ZEE (Zona Costeira), tendo como destaque o material cartográfico com o mapeamento das unidades geoambientais na escala 1:25.000.

Investimento

O Projeto tem aporte de R$ 2.759.998,43 e é proveniente de recurso de compensação ambiental. As informações constam no Portal da Transparência. A empresa Geoambiente, vencedora da licitação, é responsável pelo projeto.


09.12.2016

André Victor Rodrigues
Jornalista/Assessor de Imprensa do Governo do Ceará
(85) 98851-4695