Riscos do fracking são apresentados em palestra durante reunião do Coema

7 de outubro de 2016 - 13:30

Sex, 7 de outubro de 2016, 13h25

DSC01544O Conselho Estadual do Meio Ambiente (Coema) se reuniu ordinariamente nesta quinta-feira (6), na sede da Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), em Fortaleza. Na oportunidade, os conselheiros assistiram à palestra “Fraturação Hidráulica ou Fracking – os perigos do método não convencional de exploração de gás xisto para o meio ambiente, a saúde e a agropecuária e a indefinição jurídica para utilização”, ministrada pela doutora Nicole Figueiredo, coordenadora nacional da Coalização Não Fracking Brasil (Coesus) e diretora da ONG 350.org no Brasil. O tema foi sugerido pela Associação dos Prefeitos do Ceará (Aprece).

O fraturamento hidráulico, também conhecido como fracking, consiste na perfuração do subsolo com o intuito de extrair gás xisto. A metodologia adotada para perfurar um poço utiliza entre 30 mi e 70 milhões de litros de água com 700 substâncias químicas, dependendo das características geográficas e da profundidade, que pode ser entre 300m e 4 mil metros. Nicole Figueiredo disse que para a atividade ser lucrativa há a necessidade de vários poços.

A coordenadora da Coesus informou que o fracking traz riscos à saúde humana, além de ocasionar a contaminação hídrica, do ar e radioativa, contribuindo também para as mudanças climáticas. Outro ponto negativo que a atividade gera, segundo Nicole Figueiredo, é a possibilidade de tremores de terra, em virtude do deslocamento do gás no subsolo e das rochas.

O município de Aracati foi o primeiro no Ceará a aprovar legislação que proíbe o fraturamento hidráulico. No restante do país, mais de 100 cidades já adotaram a medida. Outros seis estados já possuem liminar com proibição total e na Bahia há uma decisão não permitindo parcialmente a atividade. Contudo, 372 municípios que possuem potencial para a exploração ainda permanecem desprotegidos legalmente, relatou Nicole Figueiredo.

O secretário de Meio Ambiente do Ceará, Artur Bruno, e presidente do Coema, disse que levará o tema para ser discutido no Fórum de Mudanças Climáticas do Ceará e que, também, deseja debater o assunto dentro do Governo do Ceará.

As mudanças na Resolução Coema Nº 10 de 2005, que trata dos procedimentos, critérios, parâmetros e custos aplicados aos processos de licenciamento e autorização ambiental no âmbito da Semace, que constava em pauta, foi retirada para ser apreciada em outra reunião do Conselho.

Fhilipe Augusto
Assessoria de Comunicação da Semace
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