Manejo florestal da Caatinga é debatido durante seminário

1 de julho de 2015 - 14:23

Qua, 1 de julho de 2015, 14h22

O manejo florestal da Caatinga foi tema de um seminário estadual nesta terça-feira (30), em Fortaleza. Promovido pela Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), em parceria com o Ministério do Meio Ambiente, através do Serviço Florestal Brasileiro (SFB), e a Associação Plantas do Nordeste (APNE), o evento contou com a participação de instituições e profissionais da área. O encontro teve como objetivo explanar trabalhos e técnicas em manejo florestal no bioma.

Segundo Frans Pareyn, da APNE, em 2013 a associação constatou que 59% da lenha consumida da Caatinga vem de desmatamentos ilegais. O percentual oriundo de planos de manejo chega a 25. Para ele, o bioma tem potencial suficiente para atender à demanda anual de lenha somente com manejo florestal, sem por em risco a sustentabilidade.

Pareyn informou que o estado do Ceará é o que mais possui planos de manejo florestal em áreas de Caatinga. Em um levantamento feito no ano de 2012, existiam 468 planos nas regiões em que o bioma está inserido. Só em território cearense eram 206. Contudo, ainda existem alguns obstáculos que dificultam o aumento desses números, como por exemplo o baixo preço de madeiras ilegais em detrimento dos custos para elaborar e obter a documentação necessária para os planos.

O representante da APNE falou também sobre os questionamentos que envolvem o uso de motosserras na operacionalização do manejo. Frans Pareyn citou a experiência feita em duas fazendas no Ceará, quando na ocasião fizeram o corte da madeira em diversas espécies da Caatinga utilizando tanto a máquina quanto machado ou foice. “O que se percebeu é que não há praticamente nenhuma diferença. As plantas rebrotavam em ambas as alternativas”, concluiu.

Outro aspecto abordado foi a conservação do solo em áreas de planos de manejo florestal. Como contraponto, monitorou-se terrenos em reserva legal. Pareyn informou que o único impacto percebido, a princípio, foi a perda de matéria orgânica, mas com grande perspectiva de voltar à normalidade com o decorrer do tempo.

Fhilipe Augusto
Assessoria de Comunicação da Semace
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