Semace resgata tartaruga-verde em Jaguaruana

19 de junho de 2015 - 15:13

Sex, 19 de junho de 2015, 15h15

Na data em que se comemorou o Dia Internacional da Tartaruga Marinha, 16 de junho, a Superintendência Estadual do Meio Ambiente (Semace), por meio do Grupo de Fauna da Diretoria de Fiscalização (Difis), realizou o resgate de uma tartaruga no município de Jaguaruana. O animal foi encaminhado para a base do Projeto Cetáceos da Universidade Estadual do Rio Grande do Norte, em Areia Branca.

A tartaruga, da espécie Chelonia mydas, conhecida como tartaruga-verde, ficou durante aproximadamente 20 dias sob os cuidados de uma moradora de Jaguaruana. A cidadã ligou para a Semace solicitando que a autarquia fosse ao local para resgatar o animal. O espécime é um juvenil com cerca de 30cm de comprimento de casco e 6 kg. A equipe do Projeto cetáceos avaliou e medicou a tartaruga, que permanecerá lá até que esteja apta para a soltura. Nenhuma mutilação ou escoriação grave foi diagnosticada.

Saiba mais

A tartaruga-verde ou aruanã é uma das cinco espécies de tartaruga marinha de ocorrência no território brasileiro. Suas áreas de desova no Brasil ocorrem principalmente nas ilhas oceânicas, Ilha da Trindade (ES), Atol das Rocas (RN) e Fernando de Noronha (PE). Na costa brasileira, áreas de desova secundárias ocorrem no litoral norte do estado da Bahia. Esporadicamente ocorrem também ninhos nos estados do Espírito Santo, Sergipe e Rio Grande do Norte.

Devido a esta característica de desova preferencial em ilhas oceânicas isoladas, esta espécie sofreu menor impacto de predação sobre ovos e fêmeas que outras espécies, e estas áreas de desova não estão sujeitas à ocupação desordenada da zona costeira. Esta espécie apresenta o maior número de indivíduos juvenis mortos encalhados ao longo da costa brasileira em decorrência do aumento da pesca costeira de emalhe.

A tartaruga-verde apresenta ciclo de vida longo, com maturação sexual entre 26 e 40 anos. É uma espécie altamente migratória. As fêmeas migram das áreas de alimentação e descanso para as áreas de reprodução, em deslocamentos que podem chegar a mais de 1500 Km. São onívoros nos primeiros anos de vida e depois adotam dieta exclusivamente herbívora.

As cinco espécies de tartarugas marinhas encontradas no Brasil continuam ameaçadas de extinção, segundo critérios das listas brasileira e mundial de espécies ameaçadas. Das cinco, quatro desovam no litoral – e, por estarem mais expostas, são as mais ameaçadas. São elas: cabeçuda (Caretta caretta), de pente (Eretmochelys imbricata), oliva (Lepidochelys olivacea) e de couro (Dermochelys coriacea).

De cada mil filhotes que nascem, somente um ou dois conseguem atingir a maturidade. São inúmeros os obstáculos que enfrentam para sobreviver, mesmo quando se tornam juvenis e adultos. Mas, além dos predadores naturais, as ações do homem estão entre as principais ameaças às populações de tartarugas marinhas, destacando-se as seguintes: a pesca incidental, ao longo de toda a costa, com redes de espera, e em alto mar, com anzóis e redes de deriva; a fotopoluição; o trânsito de veículos nas praias de desova; a destruição do habitat para desova pela ocupação desordenada do litoral; a poluição dos oceanos e o aquecimento global.

Fhilipe Augusto
Assessoria de Comunicação da Semace
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